Psicoterapia para adolescentes
- Paula Mendonça
- 22 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de jun. de 2024
A adolescência é uma fase de descobertas, onde transformações físicas, cognitivas e emocionais desafiam os jovens a explorarem e afirmarem seu próprio eu. Por isso, é comum buscarem sua expressão através dos laços sociais ou interesses pessoais - como moda, gêneros musicais ou hobbies - enquanto os valores e limites dos ambientes em que estão inseridos são confrontados.
Em meio a essa jornada tumultuada, onde o mundo interno se entrelaça com as inúmeras mudanças externas, é natural que pais e responsáveis busquem saber um pouco mais sobre a psicoterapia na adolescência e como devem conduzir isso.
Qual é o momento de buscar ajuda?
Nessa fase, o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais é fundamental para o construir de uma vida com mais autonomia e consciência. Aprender a lidar com desafios emocionais, fortalecer sua resiliência e aprofundar o autoconhecimento são pavimento para um caminho de amadurecimento e crescimento saudável.
Embora não exista um período certo para que o adolescente comece e termine a terapia, é importante que os responsáveis prestem atenção a alguns sintomas e sinais sugestivos de problemas emocionais, tais como:
Baixo rendimento escolar;
Afastamento de atividades em grupo que costumava se interessar e/ou isolamento social;
Dificuldades de relacionamento (timidez, conflitos, dificuldade para ter independência dos pais...);
Comportamentos de oposição (dificuldade em seguir regras, agressividade, mentiras...);
Quadros de ansiedade, fobias, TOC ou síndrome do pânico;
Quadros de tristeza, humor negativo, depressão ou transtorno bipolar;
Provocar danos em si (automutilação) ou ao outro;
Baixa autoestima e dificuldades relacionadas ao corpo;
Distúrbios alimentares: obesidade, anorexia, bulimia;
Problemas relacionados com a sexualidade e/ou formação de identidade;
Indecisão quanto a escolha de profissão, entre outros.
Como funciona a terapia para adolescentes?
Na psicoterapia com adolescentes, o psicólogo, primeiro, propõe um atendimento inicial com os pais ou responsáveis para compreender os motivos de busca da psicoterapia, assim como o contexto de vida do adolescente, suas experiências, relacionamentos e quaisquer desafios ou preocupações que estejam enfrentando.
Então, nos atendimentos posteriores, com o adolescente, busca-se construir um espaço seguro e acolhedor, onde o jovem pode explorar e compreender suas emoções, pensamentos e comportamentos. A depender de cada caso, também pode-se ter o treinamento de habilidades sociais e emocionais - como, por exemplo, aprender a lidar com o estresse, desenvolver a empatia, aprimorar a comunicação ou gerenciar conflitos. Dessa forma, o psicólogo auxilia o jovem a identificar estratégias de enfrentamento saudáveis e construtivas para lidar com os desafios da vida.
A depender de cada adolescente, podem ser propostas abordagens criativas para facilitar sua expressão, como a arte-terapia, escrita terapêutica ou jogos, para permitir que os jovens expressem suas emoções e pensamentos de maneiras não verbais, facilitando a compreensão de suas experiências internas.
Além disso, durante todo o processo são propostas sessões de devolutiva com os pais ou responsáveis. Embora exista o sigilo terapêutico, a comunicação aberta e honesta com o psicólogo é fundamental para garantir que todos estejam alinhados em relação aos objetivos e abordagens terapêuticas. Também podem ser fornecidas orientações e suporte aos pais ou cuidadores para ajudá-los a enfrentar os desafios e responsabilidades de criar e educar os filhos de forma saudável, segura e adequada ao desenvolvimento do adolescente.
Em suma, a terapia para adolescentes é uma jornada de autodescoberta, crescimento e fortalecimento emocional. Com o apoio de um terapeuta experiente, os adolescentes podem desenvolver habilidades fundamentais para enfrentar os desafios da adolescência e construir uma base sólida para um futuro saudável e equilibrado.
Autora: Me. Paula Mendonça C. Eduardo
Psicóloga Mestre (UNIFESP), com formação em Transtornos de Ansiedade e de Humor (USP).

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